r DICIONÁRIO GAÚCHO ~ Wikipampa

DICIONÁRIO GAÚCHO




A

A La Pucha: Admiração, surpresa, espanto
A Bangu: De qualquer jeito, as pressas
A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.
Abichornado: Aborrecido, triste, desanimado.
Achego: Amparo, encosto, proteção.
Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se     castiga o animal de montaria ou de tração.
Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço; Unir, juntar, com relação a pessoas.
Adaga: Faca de médio tamanho, espécia de ''espada curta'' com duplo corte de tempara forte, terminada em ponta. Geralmente usada pelo gaúcho como artigo particular, em sua 
Afude: Legal, muito boa.
Afeitar: Cortar a barba.
Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas lidas de campo e executar outros trabalhos.
Água-de-cheiro: Perfume, extrato.
Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água. Bebedouro. Chamam-se campos de boas aguadas os que possuem bastante água, apropriada para os animais beberem.
Alpargatas: Espécie de calçado, tipicamente inclusa na indumentária gaúcha, feito geralmente de lona, brim ou couro.
Ajojo: É feito de couro cru torcido para prender os canzil no pescoço dos bois carreiros.
Apojo: Leite mais grosso tirado da vaca,após tirar-se o primeiro que é pouco espesso.
Alambrado: Aramado. Cerca feita de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.
Amadrinhador: cavaleiro que, sentado em um cavalo manso, acompanha o domador, afim
de segurar o cavalo, casa seja necessária a doma.

Anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.
Anta: Pessoa interesseira.
Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.
Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Por extensão aplica-se às pessoas, com o significado de portar-se mal, tornar-se xucro, zangado, grosseiro.
Arapuca: Armadilha para pegar passarinhos; Trapaça.
Arreios: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.
Azucrinado: Encomodado.



B
Bah: Expressão muito usada pelo gaúcho, derivada da palavra barbaridade, significa espanto, alegria ou indignação da parte de quem fala .
Ex: (Felicidade) -Bah, te aprochega vivente! 
(Indignação,raiva) -Bah, que merda, perdi 50 pila! 
(Espanto)-Bah, que guria linda!
Badana: Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho, se houver.
Bagual: Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor, animal não castrado.
Bah: Abreviação de barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa, indignação.
Baia: Cavalos com pelagem amarelada, com brilho e bastante variações.

Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.
Barbaridade: Proveniente de barbarie, barbaro. Expressão de indignação, muito usada pelo gaúcho Ex.: Essa política ta cada vez pior, uma barbaridade. Mas que barbaridade.
Barbicacho: Cordão trançado em couro, cujas extremidades ficam presas na carneira, passando por debaixo do queixo, a fim de que o chapéu não caia, ao andar de cavalo.
Bastos: Selas ou almofadas de couro forradas, para o amortecimento do galopante.
Bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.
Bidê: Mesinha de cabeceira. (Aportuguesado do francês: bidet).

Biriva: Nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado. Var.: beriva, beriba, biriba.
Bochincho:Briga, desordem, confusão.

Bóia: Comida.
Boleadeiras: Arma de origem indígena, composta de um corda com duas bolas de pedra ou metal nas em cada uma das extremidades, já foram muito utilizadas pelo gaúcho, para caçar grandas pradaria e gados selvagens, hoje é usada apenas em apresentações tradicionalistas.
Bolicho: Espécie de armazém, com pouco diversidade de produtos, geralmente mantém um estilo bem gaúcho, rústico, uma espécie de bar, bodega.
Bodega:Pequeno bar.
Bolicheiro: Dono de bolicho.
Bombacha:Do espanhol ''bombacho'' que que dizer: calça larga. Espécie de calça larga com abotuaduras no tornoselo, usada pelo gaúcho, por ser comoda e resistende na lida no campo.
Braça-de-Sesmaria: Media antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600 m ou seja 14.520 metros quadrados.
Bruaca: Mulher feia. Utensílio que é colocado um de cada lado na cangáia no lombo do cavalo ou na mula para transportar alimentos, prática muito utilizada na época que não havia estradas e nem veículos para fazer o transporte.
Buenacha: Uma coisa boa

Bugio: Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano. Animal da Serra.

C

Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para segurar o cavalo ou o muar.
Cachaço: Porco não castrado, barrasco, varrão.
Cacho: A cola, o rabo do cavalo.
Cagaço: Grande susto, medo.
Calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante.
Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.
Cambona: Utensílio semelhante a um bule, também cha
Campear: Procurar pelo campo. Buscar. Esquadrinhar. Usa-se, também, em sentido figurado.
Canga: É feito de madeira que é colocado no pescoço de dois bois carreiros para puxar carreta ou arado.
Canzil: É feito de madeira, que é colocado na canga para prender no pescoço dos bois carreiros.
Capão: Diz-se ao animal mal capado; Indivíduo fraco, covarde, vil; Pequeno mato isolado no meio do campo. (Etim.: Do guarani caá, mato, bosque, e paú, ilha, ou seja, ilha de mato.)
Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada. Pessoa que nas lides pastoris, é incumbida de chefiar o pessoal.
Carancho: O mesmo que cará-cará, ave de rapina muito comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo que entra de graça em baile onde é obrigatório o pagamento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de número de parceiros limitado, que fica aguardando oportunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis impedimentos.
Caborteiro: Alguém difícil, que não dá bola.
Carreira: Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.
Caudilho: Chefe militar ; Manda-chuva.
Cernelha: Fio do lombo, ponto situado aonde termina a crina do animal,próximo o lombo, geralmente, a medida de um cavalo feita deste ponto, até a pata, pois a cabeça do animal não é levado em conta.

Chalana: Embarcação ou Lancha grande e chata.
Chambão: Otário.
Charla: Conversa.
Chasque: Recado; Mensagem.
Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1923. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, parecida com o caracará, porém menor do que este. Tenaz feita de arame para pegar brasas nos fogões.
China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas; Cabloca, mulher morena; Mulher de vida fácil, puta;
Chineiro: Grande número de chinas, índias ou caboclas.
Chinoca: Mulher, esposa.

Chorro: Jorro.
Chiripá: Vestuário utilizado pelo gaúcho de um pano retangular, que cruza entre as pernas sendo preso na sintura.
Cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.
Coalheira: Um dos estômagos do animal bovino que, por conter muito ácido, é usado para coalhar ou coagular o leite para o preparo do queijo.
Cocho: Recipiente de madeira ou de outro material, de várias formas e de vários tamanhos, que serve para diversos fins: para colocar sal para o gado nos rodeios, para dar ração aos animais domésticos, para lavar mandioca, para o fabrico da farinha, etc.
Colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor.; Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.
Colorado: Cavalo com pelagem de capa (brilhosa) de tom avermelhado, podendo ter alguns pêlos pretos e manchas brancas na cabeça.

Corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm ondemorar.
Credo: Exclamação de espanto.
Cuera:Destemido,valente,hábil
Cuia: Cabaça. Porongo, ou, mais propriamente, cabeça de porongo que se usa para preparar o mate. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate. A cuia de chimarrão, ou de mate, feita de cabeça de porongo, é, muitas vezes, guarnecida de prata, artisticamente lavrada. Cabeça.
Cuiúdo: Macho, valente. O mesmo que colhudo.

Cupincha: Companheiro, amigo.
Cusco: Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.


D


Doma: Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.
Domador: Amansador de potros. Peão que monta animais xucros.



E

Embretado: Encerrado no brete.; Metido em apertos, apuros ou dificuldades; enrascado, emaranhado.
Entrevero: Mistura, desordem, confusão de pessoas, animais ou objetos.
Erva-caúna: Variedade de erva mate de má qualidade, amarga.
Erva-lavada: Erva já sem fortidão por ter servido para muitos mates.
Estância: Lugar onde se acaba morando ou se acostumando viver, diferente de pago, que é o mesmo que cidade natal. Ex.: Meu pago é Santa Maria, mas me aquerenciei em Santana do Livramento.
Estrela-boieira: Estrela d´alva.
Estribo: Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.
Estropiado: Diz-se o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em consequência de marchas por estradas pedregosas.


F

Facada: Pedido de dinheiro feito por indivíduo vadio, incapaz de trabalhar, que não pretende restituí-lo.
Facho: O ar livre. Usado na expressão sair do facho.
Fatiota: Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.
Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cozida.
Flaco: Fraco, magro, desnutrido.
Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.
Funda: Estilingue, bodoque.


G

Gadaria: Porção de gado, grande quantidade de gado, o gado existente em uma estância ou em uma invernada.
Galpão: Construção existente nas estâncias, destinadas ao abrigo de homens e de animais; O galpão característico do Rio Grande do Sul é uma contrução rústica, de regular tamanho, em geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de chão está sempre aceso. Serve de abrigo e aconchego à peonada da estância e a qualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
Ganiçar: Ganir.
Gateado: Cavalo com cor de pelo variado.Apresentam predominação do amarelo, porém mais escuro que o baio e uma linha escura de cernelha até a cola.
Gato: Bebedeira, porre, embriaguez.
Gaudério: Homem do campo.Gaúcho.
Graxaim: Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai, geralmente, à noite. É muito comum em toda a campanha.
Grenal: Confronto entre os times gaúchos Grêmio e Internacional.
Gringo: Descendente de Italiano.
Guabiju: Fruta silvestre, comestível, semelhante à jabuticada, porém um pouco menor e que não cresce presa ao tronco como aquela.
Guaiaca: Cinto largo de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos.
Guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. Pequeno, de minguada estatura. Aplica-se, também, às pessoas, com sentido depreciativo.
Guapo: Forte, vigoroso, valente, bravo.
Guasca: Tira, corda de couro cru, isto é, não curtido;Dialeto gaúcho; Homem rústico, forte, guapo, valente.
Guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço, relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.
Guri: Criança, menino, piazinho, serviçal para trabalhos leves nas estâncias.
Guanxuma: Tipo de mato, muito usado para fazer vassouras antigamente.


H


Haraganear: Andar solto o animal por muito tempo, sem prestar serviço algum.




I

Iguaria: Culinária.
Invernada: Grande extensão de campo cercado, para a engorda do gado. Nas estâncias, geralmente, há diversas. No CTG, a invernada é um departamento de dança artistica.




J

Juiz: Pessoa que julga a chegada dos parelheiros, nas carreiras, em cada laço. O mesmo que julgador.
Jururu: Cabisbaixo, tristonho, abatido.


L


Lábia: Habilidade de conversa.
Lançante: Descida. Forte declive num cerro ou coxilha; qualquer terreno em declive.
Lasqueado: Trouxa.
Légua:Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou 6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.
Lobuno: Cavalo com pelagem acizentada que lembra o ''pelo do rato''.Apresenta uma linha escura da cernelha até a cola.


M


Macanudo: Designa alguém bonito ou algo legal.
Maleva: Bandido, malfeitor, desalmado; Cavalo infiel, que por qualquer coisa corcoveia.
Melena: Cabelo.
Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.
Mamona: Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.
Mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.
Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas; Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.
Marica: Gay, boiola, abichornado.


N

Negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a pessas que se tem afeição.


O
Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.
Orelhano: Animal sem marca, nem sinal, estrangeiro.
Oveiro: Cavalo com manchas branchas assimétricas espalhadas por todo corpo.


P

Pachola: Sujeito alegre, popular, fanfarrão, figura querida por todos.
Paisano: Do mesmo país; Amigo, camarada.
Pago: Do ''espanhol'', cidade natal.
Pala: Vestuário feito normalmente em tear artesanal com grossos fios de lã, a fim de protejer o campeiro gaúcho,o frio e da chuva (se pare com um cobertor com cavidade para vestir pela cabeça). Geralmente cobre todo o corpo.
Palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.
Papudo: Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.
Parelheiro: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Deve provir de parelha, já que a maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio Grande do Sul, eram apenas de dois cavalos).
Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Patrão-Velho: Deus.
Payador: Homem que faz uma (pajeada) um poema, espécie de trova ou verso criado na hora, de improvisso.
Pealar: Prender com o laço patas do animal que está correndo, atirando-lhe o pealo que o lança por terra. Figuradamente, armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.
Pelejar: Mudar o animal de pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.
Peleia: Briga, rusga, disputa, combate.
Pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.
Pereba: Ferida de mau caráter, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas. Figuradamente, ponto fraco. Var.: Pereva (parece provir do tupi-guarani).
Pessuelo: Objeto pessoal.
Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.
Petiço-Sogueiro: Cavalo que ajuda o gaúcho na soga (campo) a por o gado de volta ou leva-lo ao campo.
Piá: Menino, guri, caboclinho.
Picaço: A base é preta mas apresenta partes significantes de branco na cabeça e uma das patas também brancas.
Piguancha: China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. Mulher de vida fácil.
Pila: Dinheiro, trocado. Geralmente usado no singular (Ex.:25 pila,50 pila)
Pingo: Forma amigável do gaúcho se referir ao seu cavalo.
Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.
Poncho: Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
Porongo: Planta cucurbitácea (também chamada porongueiro), de cujos frutos se fazem cuias ou cabaças.
Potrilho: Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Var.:Potranco,potro.
Pura Buxa: Puta-merda! Que saco, designa descontentamento de algo que aconteceu.

Q

Querência: Lugar onde se nasceu e viveu, ou onde teve que se acostumar a viver, ao contrário de pago, que é a cidade natal do mesmo.
Queixo-duro: Cavalo que não obedece facilmente a ação das rédeas.
Quero-mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.
Quero-quero: Ave de cor acinzentada, com esporões nas asas, considerada pelos gaúchos com muita admiração ''protetor das querências'', devido a proteção que este animal mantem ao seu ninho, quando um individuo se aproxima do ninho, ele grita fortemente, geralmente o ninho é feito no meio do campo, e não em árvores.
R
Rebenque: Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.
Reculuta: Significa encontrar, buscar, recuperar um animal que se perdeu da tropa, ‘juntar’ os animais. É comum encontrá-la em letras de músicas nativistas.
Regalo: Presente, brinde.
Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na ponta.
Remolacha: Beterraba
Repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro.
Reponte: Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o outro.
Rosilho: Cavalo com pelagem de capa avermelhada, com mistura de pelos brancos esparsos que não chegam a formar manchas específicas.


S

Sanga: Pequeno curso d’água menor que um regato ou arroio.
Selin: Sela própria para uso da mulher.
Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000 braças; ou 6.600 por 19.800 metros; ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.
Sestear: Descanso feito após o almoço.
Sinuelo: Diz-se do boi manso, acostumado já ao curral, que guia os outros bois no qual, indo sempre a frente.
Soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.
Surungo: Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.


T


Taco: Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso. guapo.
Taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca feita de pedra, na região serrana.
Taita: Indivíduo valentão, destemido, guapo.
Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara vlexivel.
Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.
Talho: Ferimento.
Tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Tchê: Meu, principalmente referindo-se a relações de parentesco. (Veja mais em Tradicionalismo).
Tentos: Pequenas tiras de guasca presas a duas argolas existentes na parte posterior do lombilho, de um e outro lado, às quais se amarram o poncho, o laço, ou qualquer coisa que se queira conduzir à garupa.
Tirador: Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador, que por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.
Tordilho:Cavalo com pelagem que se divide entre branco e preto, que tende a clarear com o crescimento do animal.
Tosa: Tosquia, toso, esquila.
Tostado: Cavalo com pelagem amarela muito escura, como café-torrado.
Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.
Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.
Trem: Sujeito inútil.
Três-Marias: Boleadeiras.
Tronqueira: Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.
Tropeiro: Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre dedicação integral de quem o realiza.
Trovar: conversar, prosear.
Tubiano: Cavalo de pelagem totalmente branca em diferentes partes do corpo.

U

Usted: Você. Usado só na fronteira.


V


Vacaria: Grande número de vacas; Grande extensão de campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.
Varar: Atravessar, cruzar.
Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.
Vaza: Vez, oportunidade.
Vil: Covarde, desanimado, fraco.
Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.


X


Xepa: Comida.
Xerenga: Faca velha, ordinária.
Xiripá: Chiripá.
Xiru: O mesmo que chiru. Indio, caboclo, companheiro.
Xucro: Diz-se ao animal ainda não domado, bravio arisco.



Z


Zaino: Diz-se do cavalo com o pelo vermelho escuro.
Zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.
Zunir: Ir-se apressadamente

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